José Passaporte - Centro Português de Fotografia

Description level

Fonds

Reference code

PT/CPF/JPBP

Title type

Atribuído

Date range

1911

to 1928-05-20 Date is certain

Dimension and support

Dimensão: 229 doc. fotográficos e outro de 9x12cm e 13x18cm; Suporte: vidro, plástico, papel e ótico; Cor p/b; Processo Fotográfico: gelatina e sal de prata e ficheiros digitais

Extents

7 Caixas
0,85 Metros lineares

Holding entity

Centro Português de Fotografia

Producer

José Pedro Braga Passaporte/Photographia Paris, Benguela

Biography or history

José Pedro Braga Passaporte, terceiro filho do marceneiro António Pedro Pequeno (Passaporte) e de Mónica Arsénia Braga, nasceu em Évora, no mês de setembro de 1877. Passou a infância na sua terra Natal onde também, fez o liceu e, foi de seguida para Lisboa, frequentar a Academia de Belas Artes. É de referir que José Pedro Braga Passaporte foi durante a sua meninice e adolescência influenciado pelos fotógrafos amadores da cidade e pelos fotógrafos “ambulantes” que percorriam o país, nomeadamente Ulysses d’Oliveira, ou os que se foram estabelecendo na cidade, como Balthazar Perez Ortiz, a Photografia União de Pereira & Prostes ou Ricardo Santos, ex-colaborador de Carlos Relvas, dado o florescimento da fotografia.

A 14 de janeiro de 1899, casa com Helena Maria Carreta, tendo sido seus padrinhos de casamento, o fotógrafo amador Caetano Xavier de Almeida da Câmara Manuel e Francisco Ignácio da Calça Pina, ilustre personalidade da sociedade eborense, cuja família sempre apadrinhou e apoiou a família Passaporte.

À data do seu casamento, José Pedro Braga Passaporte era já sócio de seu primo Francisco José Claudino Zambujo, na firma “Passaporte & Zambujo”, sucessores de seu avô António Pedro Passaporte”, a qual comercializava e representava os fogareiros suecos “Primus”. Pensamos que ao mesmo tempo que desenvolve a sua atividade profissional José P.B. Passaporte explora, como amador, a arte da fotografia.

Na edição de 5 de agosto de 1900, do jornal “O Reclamo”, a propósito do funeral de João Pedro Ferreira, gráfico da cidade, surge a primeira menção conhecida sobre a fotografia de José P.B. Passaporte, o qual tirou um cliché “do cortejo.na sua chegada próximo do cemitério.”.Um ano depois, a 24 de fevereiro nasce o seu primogénito, António Pedro Carreta Passaporte.

A segunda menção a José P.B. Passaporte, como fotógrafo amador, acontece por ocasião das festas realizadas na cidade de Évora, em junho de 1903, em honra do rei D. Carlos, noticiando o jornal “Notícias de Évora” que o fotógrafo iria oferecer ao rei uma coleção de fotografias dos festejos da cidade em sua honra.

Em novembro do mesmo ano o rei volta a deslocar-se ao Alentejo, ao Paço de Vila-Viçosa, onde frequentemente se deslocava para realizar caçadas e banquetes. Terá sido numa dessas caçadas, em que José P.B. Passaporte também participou com a sua matilha de cães que, chegou a conhecimento pessoal com o rei, passando desde aí a receber encomendas para fotografar a família real quando esta se deslocava ao Alentejo. Neste mesmo ano nasce o seu segundo filho Bernardo Carreta Passaporte.

Das encomendas enquanto fotógrafo amador a fotógrafo profissional é um pequeno passo pois, algum tempo depois o seu “metier” de “Photographo da Casa Real” passa a ser anunciado no número 9 da rua do Paço.

Em Janeiro de 1910, José P.B. Passaporte dá inicio ao processo de construir uma galeria fotográfica no jardim público, com a entrega de requerimento à Câmara contudo, com a implantação da República em outubro de 1910, a sua convicção monárquica e o ambiente que se vive em Évora levam-no a mudar-se para Lisboa. Ser “Photographo da Casa Real” tornara-o conhecido em Lisboa, pelo que também não se sente seguro nesta cidade, decidindo, em 1911, partir para África.

Chegado a África, com a família, é recebido por Alberto Alfredo Ribeiro de Magalhães, militar-médico, do Porto, que os acolhe em sua casa e de quem se torna amigo para a vida. Começa por empregar-se num atelier em Benguela, por indicação do fotógrafo Júlio Wolme, mas em 1912 já montara a sua própria casa, a “Photographia Paris”. Ficará em Benguela até meados de 1917, onde funda do Posto da Delegação da Cruz Vermelha e de onde regressa com o rescaldo da 1ª Guerra Mundial para se instalar novamente em Évora, na rua Serpa Pinto, 21 – 2º.

A estadia na sua terra natal é curta porque em 1918 saí de Évora, caminho a Lisboa, para regressar a Moçâmedes, o que não veio a acontecer pois, em 1919, segundo o seu neto Rodolfo Passaporte, terá montado estúdio no nº 32 da Calçada do Combo.

Em 1924, após a morte da mulher, foi com o filho Bernardo viver para Madrid, para junto do filho António, que aí se encontrava desde 1923 e onde acaba por morrer por volta de 1935.

Functions, ocupations and activities

Fotógrafo

Custodial history

Estes negativos, entre outros documentos fotográficos, foram oferta do autor, José Pedro Braga Passaporte, a Alfredo Alberto Ribeiro de Magalhães (coronel-médico), pela amizade que os uniu em África, falecido em 1939, em Vila Nova de Gaia, os quais foram herdados por seu filho Alfredo Alexandre Ribeiro de Magalhães, falecido em 2004, que pela mesma via passaram para o seu neto, Alfredo Ribeiro de Magalhães.

Acquisition information

Adquirido por compra (225) e doação (4) em 2011 a Alfredo Ribeiro de Magalhães, neto de Alfredo Ribeiro de Magalhães e herdeiro do espólio.

Scope and content

Este conjunto fotográfico abrange o período da presença portuguesa em África e da Primeira Guerra Mundial, entre 1911-1917. Apresenta imagens de África, nomeadamente de Benguela, Huila, Humpata, Libolo, Lubango, Moçâmedes, Silva Porto e Porto Alexandre (atualmente designado de Tombwa).

Entre outros conteúdos de caráter etnográfico como os costumes, as cenas de vida quotidiana, os povos e autoridades nativos (Soba Pediva e os Macitos, Soba Mahojin e os seus Macotas, batuques) e os edifícios locais (Banco de Angola, Escolas de Porto Alexandre, Fortaleza dos Gambos, Missão de Huíla, Missão Kihita), o conjunto fotográfico recorda atos e visitas políticas (visita do Governador de Huíla ao esquadrão de Dragões em Humpata, a visita do General Norton de Matos a Huíla e visita de José Augusto Alves Roçadas, oficial do Exército Português a Humpata) realça as paisagens, as praias, os navios mercantes, a tropa colonial, os serviços médicos e as cenas do dia a dia da família do coronel-médico Alberto Alfredo Ribeiro de Magalhães.

Arrangement

Numeração sequencial numérica e cronológica.

Access restrictions

Documentação acessível ao público.

Conditions governing use

A reprodução de documentos encontra-se sujeita a algumas restrições tendo em conta o tipo dos documentos, o seu estado de conservação, o fim a que se destina a reprodução, às normas que regulam os direitos de propriedade e à legislação sobre os direitos de autor. A utilização da reprodução para efeitos de publicação está sujeita a autorização do Diretor de Serviços do CPF. O serviço informa, caso a caso, das opções disponíveis.

Other finding aid

Inventário disponível, em pdf, realizado em Fevereiro de 2013.

Related material

Relação completiva: Existem 34 negativos de vidro, no Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Évora, adquiridos em abril de 2000, ao seu neto Rodolfo Passaporte e ainda um álbum de positivos adquirido a Alfredo Ribeiro de Magalhães, neto de Alfredo Ribeiro de Magalhães.

Publication notes

GUIMARÃES, Paulo Eduardo – As associações capitalistas eborenses: actores, áreas de negócio e ritmos de formação (1889-1960), in História, Revista da Faculdade de Letras, 2007.
José P.P.B. Passaporte e António Passaporte (Loty): dois fotógrafos de Évora, Câmara Municipal de Évora; Carmen Almeida; 2000.
Informação prestada por Alfredo Magalhães, neto de Alfredo Ribeiro de Magalhães e herdeiro do espólio;

Creation date

10/05/2013 15:35:32

Last modification

10/05/2016 14:56:24