J. Viana Jorge

Description level
Fonds Fonds
Reference code
PT/CPF/JGVJ
Title type
Atribuído
Date range
1920 Date is uncertain to 1985 Date is uncertain
Dimension and support
Dimensão: c. 6769 doc. fotográficos, 9.5x6cm, 11.5x6.5cm, 9x12cm, 18x24cm, 30x40cm, entre outros, Suporte: película e papel. Polaridade: positivos e negativos. Cor: p/b e cor. Processo Fotográfico: gelatina e sal de prata e diapositivo cromógenea.
Biography or history
A autoria dos documentos fotográficos é de Joaquim Guerreiro Viana Jorge, mais conhecido por Viana Jorge entre os amigos, nasceu em 1906 em Lisboa, mas com origens na praia da Rocha, Portimão, Algarve.

Terminado o curso da Escola Industrial, muito novo saiu de casa para trabalhar. Iniciou a vida laboral prestando serviços de assistência mecânica em fábricas de borracha, na área de Lisboa. O seu interesse pelo fabrico da borracha cresceu tanto que da parte técnica e mecânica passou para a parte química.

No final dos anos 20, é convidado por António Henriques, da firma A. Henriques, de S. João da Madeira, para montar e chefiar um novo setor de produtos de borracha, para a área do calçado.

Nesta fase, devido à escassez de borracha interessou-se pela reciclagem dos desperdícios da borracha, tendo pedido um alvará para produção de artefactos de borracha, sediando a sua empresa no Porto. A sua casa e as duas empresas, que entretanto criou, ficavam na rua Serpa Pinto. A empresa J. Viana Jorge dedicava-se à reciclagem de borracha e a FABOR – Fábrica de Artefactos de Borracha produzia borracha e artigos novos.

A nível pessoal, conhece, na Vila da Feira, a sua futura mulher, Maria Luísa Huet Carrelhas, e apadrinhado pelo empresário António Henriques, casam em julho de 1937. Desse casamento nascerão quatro filhos (João, Rui, Carlos e Luísa).

Sempre gostou de fotografia e desde cedo se dedicou a esta atividade, mas só quando veio residir/trabalhar para o Porto, no início da década de 40, é que começou apresentar trabalhos em exposições, nomeadamente nos salões do Grémio Português de Fotografia. As suas participações ocorrem até pelo menos 1978, quer em Portugal quer no estrangeiro.

Em 1946, a sua prova “Moinhos de Portugal” é umas das 218 provas selecionadas para figurar, no salão anual “The Camera Pictorialist”, de Los Angeles. Esta mesma fotografia é integrada no livro “The World’s Best Photographs", editado em 1947 pela Odhams Press.

Pertenceu ao Foto Clube 6x6, de Lisboa. No Porto, foi um dos fundadores da Associação Fotográfica do Porto, de que foi Secretário do Conselho Fiscal, em 1959, Vice-Presidente em 1964 e Presidente em 1968, 1969 e 1977. Foram muitas as vezes, segundo Jorge V. Basto, que Viana Jorge pagou a renda do imóvel da Associação. Em 1969, com o elevado contributo de Joaquim Viana Jorge, com inaugurado o “quarto-escuro” da associação, que mais tarde passou a designar-se de Laboratório Viana Jorge, em sua homenagem. Contemporâneo de fotografos amadores como Jorge Henriques, António Ricardo da Fonseca, João Costa Leite, Marco Aurélio Pinto Miranda, António Mendes e Bernardino Pires. António Mendes e Bernardino Pires eram seus habituais companheiros nas incursões fotográficas, nomeadamente Bernardino Pires, de acordo com a sua filha, encontrando-se esta proximidade e cumplicidade retratada ema lgumas fotografias suas.

Participou no Grémio Português de Fotografia e em diversos "Salão Internacional da Arte Fotográfica", entre 1945 e 1948, com distinção de Grande Prémio de Fotografia.

Cedeu uma fotografia sua à escritora Ilse Losa para capa do seu livro “Nós e a criança”.

Na fotografia tipicamente salonista, retrata paisagens e atividades da faina agrícola e da pesca quer do Algarve, onde tinha raízes, quer da cidade que adotou, o Porto. Jesus Garcia, crítico de arte, incluí Viana Jorge como pertence aos fotógrafos que apresentam trabalho de destaque.

Além disso, Joaquim Viana Jorge também documentou a atividade da sua fábrica Fabor, entre 1948 e 1974, acontecimentos públicos como Exposição Internacional de Bruxelas, em 1958, desfile de Carnaval no Porto, nos anos 60, manifestações do 1º de Maio no Porto, nos anos 70, o naufrágio do navio “Amethyst”, no Porto, em 1974, os Pirineús Orientais e as festas “Fallas”, em Valência. Parte destes acontecimentos foram produzidos em diapositivos (slides) a cor.

Fez alguns trabalhos de macro-fotografia.

As suas máquinas preferidas eram da marca alemã Zeiss. Utilizou uma Contax, uma grande angular Contarex, uma reflex 4x4 e ainda uma da marca Hasselblad.

Em finais dos anos 60 foi membro do Rotary Club do Porto, registando todos os acontecimentos.

Faleceu a 11 de agosto de 1985, no Portinho da Arrábida.
Functions, ocupations and activities
Empresário e fotógrafo amador
Internal structure/genealogy
Joaquim Guerreiro Viana Jorge era filho de João Guerreiro Jorge e Adelina Dalila Viana, naturais da praia da Rocha. Em 1937 casou com Maria Luísa Huet de Bacelar Carrelhas (1912-1997), com quem teve 4 filhos.
Custodial history
O arquivo fotográfico sempre esteve na posse do autor, tendo sido transferido da sua última morada de família, na Avenida da França, para casa da sua filha que o guardou e a quem pertence.
Acquisition information
Documentação doada pelos filhos, em 2017.
Scope and content
O arquivo representa a atividade amadora do autor, na sua expressão salonista, bem como algumas fotografias de família, com exceção de parte relacionada com os amigos, eventos familiares e a sua atividade enquanto membro do Rotary Clube.

As temáticas retratadas são variadas, desde a maquinaria da sua fábrica "Fabor", atividade que documentou entre 1948 e 1974, da cidade que adotou como sua, o Porto, e as suas gentes, o rio Douro, os barcos, as atividades de pesca; as cidades e locais que visitava, desde a praia da Rocha, no Algarve, Aveiro, Lisboa, a faina agrícola, com especial interesse nos moinhos de vento, que lhe valeram fotografias ímpares. Das idas ao estrangeiro destacam-se fotografias dos Pirenéus Orientais, das festas “Fallas”, em Valência, dos monumentos de Salamanca, dos pescadores de Barcelona. Documenta ainda, em modo de reportagem a Exposição Internacional de Bruxelas em 1958, as manifestações do 1º de Maio, no Porto, o naufrágio do navio “Amethyst”, ou os desfiles de Carnaval, no Porto, entre 1960 e fins de 1975. , os Pirineús Orientais e as festas “Fallas”, em Valência

A maioria das provas são de caracter artístico, naturalista e bucólico, de fotografia dita pura, que demonstram o enquadramento na corrente artística salonista. Bons enquadramentos, Paisagens de serra em “Arnelas – Douro”, “Neve em Valongo”, “Na serra do Caldeirão”, “Rio Lima a caminho do Cabedelo”; retratos de gentes e das suas atividades, como o “Cabreiro da Beira Baixa”, as “Lavadeiras do Douro”/”Lavandaria ribeirinha”, os pescadores, “Apanhando conquilhas”/”Mariscando”, “Areeiros”, “Moliceiros de Aveiro”, “Faina” ou “Peixe Fresco”, “Semeando a terra em Viana do Castelo”, “Faina minhota”; os nus na praia “Banho de sol” e “Espelho d’água”.
Arrangement
Aguarda tratamento.
Access restrictions
Documentação não acessível on-line (aguarda tratamento).
Conditions governing use
A documentação é reproduzível, contudo encontra-se sujeita a algumas restrições tendo em conta o fim a que se destina a reprodução. A utilização da reprodução para efeitos de publicação está sujeita a autorização do dirigente máximo do CPF. O serviço informa, caso a caso, das opções disponíveis. E, a

reprodução para terceiros, na vertente comercial, cuja a finalidades não seja para fins culturais e científicos, tem de ser objeto de autorização dos doadores.
Other finding aid
Inventário em focha de cálculo excel, disponível no CPF.
Location of originals
Parte dos negativos foram furtados de casa aquando da morte do autor.
Alternative form available
Coleção PT/CPF/JVJ
Creation date
21/09/2017 16:22:30
Last modification
16/06/2023 15:12:41
Record not reviewed.