Saul Chaves Pereira - Centro Português de Fotografia

Description level

Fonds

Reference code

PT/CPF/SCP

Title type

Atribuído

Date range

1955-10-01 Date is certain

to 1974-12-31 Date is certain

Dimension and support

Dimensão: 1240 doc. fotográficos de 35 mm, 81 mm, 110 mm, 4x4cm, 5x6 cm, 6x6 cm, 8,5x6 cm, 6x9cm, 8x12 cm, 15,5x23,4 cm, 18x24 cm, 20,2x25,2 cm, 33,3x28,4 cm, 38,1x28,4 cm, 38,7x27,7 cm, 39,6x29,8 cm, entre outros; Suporte: película e papel; Polaridade: positivos e negativos; Cor: p/b e cor; Processo Fotográfico: gelatina e sal de prata.

Extents

3 Metros lineares

Holding entity

Centro Português de Fotografia

Producer

Pereira, Saul Chaves. 1915 - 1999

Biography or history

Saul Chaves Pereira nasceu em Majude, Lourenço Marques, Moçambique, a 21 de julho de 1915. Filho de Bernardo Alves Pereira, natural de Ancas, Anadia, Portugal e de Clara Chaves Maier, natural do Brasil, mas a viver em Aras, Aveiro. O pai fez o serviço militar em Moçambique, juntamente com príncipe D. Luís Filipe de Bragança. Em 1913, regressou Moçambique para trabalhar, onde passou a viver. Num dos seus retornos a Portugal, em 1914, casou com Clara Chaves Maier.

Quando Saul tinha 2 anos de idade, regressa a Portugal, tendo desenvolvido os seus estudos no Liceu José Estêvão, em Aveiro. O seu pai irá continuar lá e cá mas, regressa definitivamente a Portugal por volta de 1933, para viver em Aras, Aveiro, terra do seu sogro, onde faleceu em 1951.

Quando foi recrutado para cumprir o serviço militar, em 1935, exerceu funções inicialmente em Portugal, como atirador. Acabou o serviço militar em Lourenço Marques, em 1941.

Iniciou o seu percurso profissional nos Serviços da Fazenda em Moçambique, tendo sido admitido também em 1941. Desempenhou as suas funções em Quelimane, capital da província da Zambézia, onde casou com Irene da Encarnação Barata, natural de Lisboa, que era parteira de profissão.

Seis anos mais tarde, em 1947, foi-lhe concedida uma licença ilimitada pelos Serviços da Fazenda, no sentido de que pudesse assim constituir e desenvolver a Sociedade Gráfica Transmontana, no importante centro comercial que era Quelimane, entretanto elevado a cidade (1942).

Em 1953 obteve a licença de piloto de aviões de turismo (Piper Cub), e a partir daí, passou a prestar serviço de apoio social às populações, com alguma frequência.

Em 1966, foi Vice-Presidente da Associação Industrial de Moçambique. Foi também vogal do Conselho Legislativo da Província de Moçambique, eleito pelo 6º círculo do distrito de Zambézia, no mandato do Governador-Geral Baltazar Rebelo de Sousa (1921-2002), funções que desempenhou no período entre 1968 e 1972.

A fotografia amadora ganha um certo destaque na sua vida nos finais dos anos cinquenta do século XX, interessando-se, inclusivamente, por adquirir um extenso conjunto de obras sobre o tema.

Nas suas viagens por terras de Moçambique, fazia-se sempre acompanhar de uma máquina fotográfica, constituindo assim um vasto portefólio que documenta o ambiente e sociedade moçambicanas do período entre os finais da década de 1950 e 1974.

Participou em diversas mostras fotográficas em Moçambique, tendo com as suas fotografias ganho diversos prémios, de que se destacam o primeiro prémio do 1º Salão de Arte Fotográfica da Câmara Municipal de Quelimane, em janeiro de 1961, e os prémios de fotografias a cor, do 1º Salão de Arte Fotográfica de Moçambique, em setembro de 1962. Usava o pseudónimo de “Sachaper”, conforme consta em algumas das suas fotografias, o qual se refere às primeiras sílabas dos seus nomes Sa-cha-per. Dos selos colados em algumas das suas provas, afere-se que participou ainda, em salões de fotografia em Portugal (salões do Grupo Desportivo da CUF, do Barreiro, IV Bienal Internacional de Arte Fotográfica de Lisboa, em 1962 e no concurso de fotografia Sport Lisboa e Benfica, do I Salão de Arte Fotográfica, de 1963) e no estrangeiro (Festival Inter-Foto Festival, de Teplisse, na Checoslováquia).

Após o 25 de Abril de 1974, deixou Moçambique, tendo regressado definitivamente a Portugal e montado residência em Lisboa, onde viveu até falecer em 9 de outubro de 1999, com 84 anos.

Homem de garande sensibilidade humanista, de enorme cultura, de acordo com o depoimento dos doadores, servindo-se da sua tipografia, adquiriu um vasto património bibliográfico sobre o tema fotografia.

Geographic name

Moçambique

Functions, ocupations and activities

Funcionário público dos Serviços da Fazenda (1941-1947), industrial da Sociedade Gráfica Trasmontana (1948-1974) e vogal do Conselho Legislativo da Província de Moçambique (1968-1972).

Internal structure/genealogy

Saul Chaves Pereira (1915-1999) era filho de Bernardo Alves Pereira, natural de Ancas, Anadia, Portugal e de Clara Chaves Maier, natural de Irituia, Pará, Brasil. Bernardo Pereira fez o serviço militar em Moçambique e em 1913 regressou Moçambique para trabalhar, onde passou a viver. Num dos seus retornos a Portugal casou com Clara, filha de Manuel Simões Maier, natural de Aras, Aveiro e emigrante no Brasil, e de Vicência Braga Chaves.

Casou com Irene da Encarnação Barata, natural de Lisboa, filha de António dos Santos Barata e de Maria da Encarnação Saraiva Barata, não deixando descendentes.

Acquisition information

Documentação adquirida por doação dos herdeiros do autor, Fátima da Encarnação Pereira Barata e Manuel José Pinto dos Santos, em 2012.

Scope and content

Âmbito: O arquivo representa a atividade amadora do autor, nas suas viagens por terras de Moçambique entre os finais de 1950 e 1974.

Contéudo: Representa a vida social e ambiente de Moçambique (cidades de Quelimane e de Lourenço) desde finais de 1950 a 1974. De entre os acontecimentos sociais há a destacar a "primeira visita a Quelimane, em 29 de Julho de 1961, do Governador Geral Almirante Sarmento Rodrigues e o primeiro desfile do Batalhão de Caçadores de Quelimane, em 14 de Agosto de 1961."

Há ainda, um conjunto de fotografias da cidade de Johanesbourg, em 1968, pelas inscrições constantes nos rolos.

Além das fotografias em película e papel há um conjunto de filmes de cinema de 8mm.

O fundo contém também, algum material e equipamento fotográfico (caixas com filtros, material sensível por expor, um parassol, um tripé, entre outros) que foi incorporado na Coleção de Câmaras e Equipamento Fotográfico (CCEF) do CPF. Foi também doado o seu património bibliográfico sobre o tema fotografia, que foi incorporado na Biblioteca Pedro Miguel Frade do CPF.

Documental tradition

Original

Arrangement

Classificação dos documentos em categorias seguindo a organicidade do conjunto de acordo com a classificação com que a documentação foi entregue: quatro séries (uma para as fotografias em negativo, uma para as fotografias em diapositivo, outra para as fotografias em papel e outra para os filmes cinematográficos). Foi ainda criada uma série fictícia com os documentos relativos a prémios de fotografia ou catálogos que foram encontrados no meio da restante documentação fotográfica.

Cada uma das séries foi classificadas tendo em conta a organização extraída do modo como a documentação foi entregue por unidade de instalação (envelope, caixa e/ou álbum). Não se procedeu-se à sua ordenação cronológica, por quanto não há, na maioria dos fotografias, nomeadamente os negativos e diapositivos, inscrições de data e/ou tema ou legenda.

Access restrictions

Documentação não acessível ao público e que aguarda tratamento.

Conditions governing use

Documentação não reproduzível uma vez que aguarda tratamento.

Language of the material

Português

Other finding aid

Catálogo (digital) Digitarq (base de dados de descrição arquivística).

Creation date

22/12/2014 12:42:47

Last modification

09/02/2024 11:26:24