Cunha Morais Maia
Description level
Fonds
Reference code
PT/CPF/CMM
Date range
1897
to 1933
Dimension and support
Dimensão: 2 álbuns e 17 livros tipo álbuns com 848 imagens; Suporte: papel; Cor: p/b; Processo Fotográfico: Albumina, fototipia e gelatina e sal de prata
Extents
4 Álbuns
14 Livros
1 Capilhas
0,5 Metros lineares
Biography or history
O produtor deste conjunto de documentos fotográficos é a família Cunha Moraes Maia ao longo de diversas gerações da família da doadora Maria Odília Maia, por via de seu pai Raúl de Sousa [Moraes] Maia (1897-1947).
Raúl de Sousa [Moraes] Maia era filho de José de Sousa Maia (1888-?) e Henriqueta da Conceição da Cunha Morais Maia e sobrinho de Augusto, José, Joaquim, Alfredo e Maria da Conceição da Cunha Moraes e neto de Abílio Simões da Cunha Moraes.
Abílio Simões da Cunha Moraes, relojoeiro, casado com Carolina Conceição Simões da Cunha Moraes, em 1863, vai com a família para Luanda, Angola, na sequência da pena de degredo por 15 anos para Angola a que o pai fora condenado pelo crime de falsificação de moeda. Aí, em finais de 1867, abre um estúdio profissional de fotografia, a "A. Moraes, Photographo - Loanda", na "casa encarnada ao fundo da Calçada Velha e Motamba, que cessou atividade em finais de 1870 ou inícios de 1871, ano em que faleceu a 28 de março.
Após a sua morte a atividade do estabelecimento foi continuada pelo filho mais velho Augusto César e pelos irmãos. O estabelecimento mudará de nome para "Photographia Viúva Moraes e Filhos - Loanda" e posteriormente para "A.C.C. Moraes & Irmãos".
Em 1871, Augusto e os irmãos acompanhados de um tutor regressam a Portugal, mais precisamente ao Porto, para continuarem os estudos.
Augusto César da Cunha Moraes (1850-1939), o irmão mais velho, forma-se em engenharia e funda a Fábrica de Fitas e Fiação de Algodão - A. C. Cunha Moraes, em Crestuma.
José Augusto da Cunha Moraes (1855-1933) em 1877, com vinte e dois anos, volta novamente a Luanda, para tomar conta do estúdio fotográfico da família, coincidindo essa época com o período de ouro das expedições africanas e sendo Luanda um porto de partida e chegada dos exploradores de todas as nacionalidades. É nesta altura que abrirá a sua própria casa, a "Photographia J. A. Cunha Moraes". Já então filiado na Sociedade Portuguesa de Geografia, Cunha Moraes realiza uma viagem destinada a fotografar os principais aspectos etnográficos e paisagísticos e as mais importantes construções coloniais portuguesas. A maior parte da sua produção em África desenvolve-se entre 1877-1894, publicando fotografias na revista “O Occidente” e na “Arte Photographica”. Produziu colecções para enviar a várias Exposições Industriais. Numa das suas muitas viagens conhece Albertina Mendonça, filha de um Juiz de Paz e comandante do porto de Moçamedes, com quem contrai matrimónio.
Em 1882 publica um álbum com fotografias da África Ocidental e entre 1885-1888, publica 4 volumes “Africa Occidental - Album Photográphico e Descriptivo” sob a responsabilidade de David Corazzi, com prefácio de Luciano Cordeiro e fototipias produzidas na casa Emílio Biel & Cª.
Colabora também com a revista "O Occidente", através do envio de fotografias que são depois usadas sob a forma de gravura.
Regressa definitivamente a Portugal em 1897 e instala-se no Porto, mais precisamente na Foz do Douro. Em 1898, com José Marques de Abreu, cria a revista "Ilustração Moderna".
Colabora na casa Emílio Biel & Cª desde 1900, como sócio de uma das suas secções de publicações e promove esta actividade que estava um pouco parada desde 1880, após a publicação de "Os Lusíadas" e do político Plutarcho Portuguez. Será um dos directores e um dos fotógrafos de “A Arte e a Natureza” e de álbuns de temática religiosa, além de postais ilustrados. Fez também fotografias do Douro e os postais editados pela casa Biel.
Após a falência desta, em resultado da Grande Guerra, nada se sabe da sua actividade.
Entre 1917 e 1927 viveu em Lisboa, por causa de uma críse cardíaca que fez com que os seus médicos lhe aconselhassem um clima mais ameno. Volta ao Porto, onde a 21 de abril de 1932 morre.
José Augusto da Cunha Moraes participa e é premiado em diversas exposições, desde 1877, na Exposição Hortícola Internacional Portuguesa, no Rio de Janeiro, na Exposição Hortícola do Porto, de 1882, na Exposição Universal de Antuérpia, em 1885, na Exposição Internacional de Fotografia do Porto, de 1886 e na Exposição Insular e Colonial Portuguesa. É de referir que na Exposição Internacional de Fotografia do Porto, de 1886, Cunha Moraes expõs, segundo Manuel Rodrigues, na revista "Occidente, "uma numerosa quantidade de vistas e typos de África, que têm servido para a sua interessante publicação "A África Occidental.
Joaquim Júlio da Cunha Moraes (1864-1963) é condutor das obras públicas, colocando a fotografia ao serviço dessa sua funções.
Functions, ocupations and activities
Fotógrafo
Internal structure/genealogy
José Augusto Cunha Moraes era o terceiro filho de Abílio Simões da Cunha Moraes e Carolina Conceição Simões da Cunha Moraes. Teve seis irmãos: Augusto César da Cunha Moraes (1850-1939), engenheiro e fundador da Fábrica de Fitas e Fiação de Algodão - A. C. Cunha Moraes, em Crestuma, Henriqueta da Conceição da Cunha Moraes (1860-?), Joaquim Júlio da Cunha Moraes, condutor de obras públicas nos caminhos de ferro, Maria da Conceição da Cunha Moraes (1865?-?) e Alfredo Adelino da Cunha Moraes.
José Augusto Cunha Moraes casou em 1885 com Albertina Teixeira Pinto Zuzarte de Mendonça (1870?-?), filha de José Júlio Zuzarte de Mendonça (1847-1911) e Maria Rosa de Oliveira Teixeira Pinto (1847-?), duas das famílias mais proeminentes de Moçamedes. O seu irmão Joaquim viria a casar-se com uma das seis irmãs de Albertina, Matilde Teixeira Pinto Zuzarte de Mendonça.
Henriqueta Conceição da Cunha Moraes casou com José de Sousa Maia e Maria da Conceição da Cunha Moraes casou com Carlos Teixeira Afonso.
Tal como seu irmão Augusto, José não deixou descendência, tendo como herdeiros os seus sobrinhos Maria Rosa, Maria Carolina, Ângelo e Álvaro, filhos de seu irmão Joaquim Júlio, Raúl de Sousa Maia, filho de sua irmã Henriqueta da Conceição e Carlos, Alberto e Mário Morais Afonso filhos de sua irmã Maria da Conceição.
Custodial history
Estes documentos foram herdados por Maria Odília Maia, por parte de seus pais e que até hoje se mantiveram na sua posse.
Acquisition information
Acervo adquirido por doação em 2016 a Maria Odília Maia.
Scope and content
O acervo é constituído por álbuns de família e publicações, na maioria produzidos por José Augusto da Cunha Moraes, quer a título particular, quer para a Emílio Biel & Companhia ou para a empresa da família Fábrica de Fitas e Fiação de Algodão de Crestuma.
As fotografias dos álbuns (albuminas sob a forma de carte-de-visite) retratam toda a família Cunha Moraes Maia: os avós, tios-avós, o pai e o tio.
As publicações são os álbuns intitulados: "Provincia de Angola, Nº 2", "Africa Occidental – Album Photográphico e Descriptivo", "A Arte e a Natureza em Portugal", "Fábrica de Fitas e Fiação de Algodão em Crestuma", datado de 1909, e ainda um leque publicitário da "Photographia Moraes, Loanda".
Arrangement
Classificação dos documentos em categorias seguindo a organicidade do conjunto de acordo com a ordem e classificação que o produtor estabeleceu: por unidade de instalação (álbum e/ou livro).
Access restrictions
Documentação não acessível, aguarda digitalização.
Conditions governing use
A reprodução de documentos encontra-se sujeita a algumas restrições tendo em conta o tipo dos documentos, o seu estado de conservação, o fim a que se destina a reprodução, às normas que regulam os direitos de propriedade e à legislação sobre os direitos de autor. A utilização da reprodução para efeitos de publicação está sujeita a autorização do Diretor de Serviços do CPF. O serviço informa, caso a caso, das opções disponíveis.
Language of the material
Português
Other finding aid
Catálogo (digital) Digitarq (base de dados de descrição arquivística).
Creation date
24/05/2019 18:08:15
Last modification
03/08/2023 10:21:46
Record not reviewed.