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José Osório da Gama e Castro

Description level
Fonds Fonds
Reference code
PT/CPF/JOC
Title type
Atribuído
Date range
1890 Date is uncertain to 1923 Date is uncertain
Prominent dates
De 1890 a 1916
Dimension and support
Dimensão: 287 doc. fotográficos, 6x9cm, 9x12cm. Suporte: vidro.Polaridade: negativos. Cor: p/b. Processo Fotográfico: gelatina e sais de prata.
Extents
11 Caixas
0,78 Metros lineares
Biography or history
José Osório da Gama e Castro nasceu em Nespereira a 1 de Fevereiro de 1856. Filho de José Osório da Gama e Castro, de Nespereira, e de Albina de Oliveira Baptista, de Arcozelo. Iniciou os seus estudos em Nespereira e Santa Marinha, que continuou na Guarda e também em Coimbra - cidade onde se formou em Direito em 1878, com 22 anos.

A sua formação era liberal e progressista, de acordo com a tradição familiar: o seu pai José Osório foi várias vezes Presidente da Câmara, e o seu avô Jerónimo Osório da Gama e Castro foi preso em Gouveia pelos partidários de D. Miguel e encarcerado em Almeida.

Em outubro de 1878 foi residir para Gouveia, onde foi eleito procurador à Junta Geral do Distrito da Guarda. Entre junho de 1879 foi nomeado administrador do concelho de Gouveia, cargo que exerceu até final de 1880. Desenvolveu “(…) nesse período uma intensa atividade em Gouveia: fundou o Clube Camões, terminou as obras do Teatro Hermínio, redigiu o novo Código de Posturas Municipais, promoveu a legalização da Sociedade de Beneficência responsável pelo Hospital, investiu na renovação das Escolas de Instrução Primária de todo o Concelho, fazendo adotar o novo método de leitura de João de Deus.

No final de 1880 iniciou a sua atividade na magistratura como Delegado do Procurador Régio, cargo que o leva sucessivamente aos Açores no mesmo ano, ao Redondo em 1882, à Sertã em 1885, e a Seia em 1888. Em 1890, já juiz de 3ª classe, tomou posse como vogal no Tribunal Administrativo da Guarda, passando em outubro de 1891 a exercer as funções de presidente.

Entretanto, a 28 de junho de 1881, casou, por procuração, com Ana de Albuquerque do Amaral Cardoso.

Com o governo do Partido Progressista, chefiado por José Luciano de Castro em 1897, foi nomeado Governador Civil da Guarda, lugar que ocupou com a mesma dedicação de sempre: instituiu a Escola do Magistério Primário, promoveu e acompanhou a grande obra de restauro da Sé da Guarda, apoiou a arborização dos baldios da Serra da Estrela. No concelho de Gouveia, foram da sua iniciativa as estradas de Vila Nova de Tazem a Paranhos, de Nabais a Folgosinho, a que atravessa Nespereira, a estação telegráfica de Vila Nova de Tazem e novas escolas em diversas freguesias.”

Em 20 de Outubro de 1897, José Osório publicou um edital/regulamento relativo às "Providências Prophiláticas contra o Contágio da Tuberculose". O referido regulamento ditava normas concretas para os donos ou gerentes das hospedarias, bem como para os proprietários de casas alugadas onde não podiam ser recolhidos em conjunto indivíduos sãos e doentes, com exceção dos familiares destes, sob pena pecuniária.

Foi “(…) eleito deputado às Cortes em várias legislaturas, entre 1900 e 1910, e com a implantação da República e a extinção do Partido Progressista abandonou a vida politica. Retomou então a carreira judicial como juiz da comarca de Torres Novas, em junho de 1911, onde permaneceu até 1913, data em que mudou para Lisboa. Foi promovido a juiz Desembargador na Relação de Lisboa em 1918.

A par da sua vida política e profissional, o Dr. José Osório cultivava muitas outras áreas de interesse (...)”. Um dos exemplos foi o seu trabalho de investigação Diocese e Distrito da Guarda - coletânea de apontamentos históricos, que integrou uma monografia sobre a Sé da Guarda e uma biografia dos seus bispos, que foi publicado em 1902.

Convém salientar a sua atividade como fotógrafo, realizando várias dezenas de fotografias sobre a Serra da Estrela e as suas povoações, a sua família e amigos, figuras populares e trabalhos agrícolas, que documentam a região.

Faleceu em Nespereira a 19 de setembro de 1923.
Geographic name
Nespereira, Gouveia
Functions, ocupations and activities
Procurador na Junta Geral do Distrito, administrador do Concelho, Delegado do Procurador Régio, Presidente do Tribunal Administrativo da Guarda, Governador Civil, da Guarda, Deputado das Cortes e Desembargador da Relação de Lisboa.
Internal structure/genealogy
José Osório da Gama e Castro (1856-1923) era filho de José Osório da Gama e Castro (1818-1877), de Nespereira, e de Albina de Oliveira Baptista (1819-1903), de Arcozelo. Mais novo dos seus 3 irmãos, Joaquim (1850-1916), Maria Augusta (1851-1918) e Maria da Glória (1854-?).

Os seus irmãos Joaquim e Glória casaram com Emília e Joaquim de Oliveira Baptista, seus primos, filhos da tia Ana de Oliveira Baptista e Joaquim Lourenço Borges Saraiva, de Passarela. Albina de Oliveira Baptista e Ana de Oliveira Baptista tiveram três irmãos, Joaquim de Oliveira Baptista, Juiz Conselheiro, José de Oliveira Baptista e o militar Bernardino de Oliveira Baptista. Em 1873, já depois da morte de José de Oliveira Baptista, por iniciativa do Juiz Conselheiro Joaquim de Oliveira Baptista, com o acordo do irmão Bernardino de Oliveira Baptista, para que não se perdesse o nome da família Oliveira Batista no Arcozelo, uma vez que estes eram solteiros e os restantes descendentes eram Albina e Ana, os irmãos planearam e propuseram o casamento de filhos das suas irmãs, a quem doariam os bens que tinham no Arcozelo e casas para aí morarem. Assim, como a proposta foi aceite, em 1874 realizaram-se os casamentos de Joaquim Osório da Gama e Maria Emília de Oliveira Baptista e de Joaquim Saraiva de Oliveira Baptista (1850-1916) e Maria da Glória Osório da Gama e Castro.

Joaquim Saraiva de Oliveira Baptista (1850-1916) era bacharel em Direito e foi deputado português durante a Monarquia Constitucional.

A 28 de junho de 1881, José Osório da Gama e Castro casou com Ana de Albuquerque do Amaral Cardoso (1858-?), filha de Manuel Albuquerque do Amaral Cardoso, da Casa dos Senhores do Arco, em Viseu, e de Maria do Carmo Machado Figueiredo Leitão, de Gouveia. José Osório e Ana de Albuquerque não tiveram filhos.

Dos irmãos Osório da Gama e Castro apenas Joaquim, casado com Maria Emília, teve filhos. Dos seus 3 filhos: Luís, Sofia e Berta, apenas Luís teve filhos.

Luís Osório da Gama e Castro de Oliveira Baptista casou com Margarida de Albuquerque Amaral Cardoso Saraiva (1888-1973), sobrinha de Ana de Albuquerque do Amaral Cardoso, mulher de José Osório da Gama e Castro (autor do fundo).

Luís Osório da Gama e Castro de Oliveira Baptista, bacharel em direito, foi Juiz-desembargador e Conselheiro em Coimbra.

Luís e Margarida tiveram três filhos, José Osório da Gama e Castro Saraiva de Albuquerque, Maria Emília Osório de Castro Saraiva de Albuquerque e Joaquim Osório de Castro Saraiva de Albuquerque.
Custodial history
Estes negativos foram herdados por seus sobrinhos Luís Osório da Gama e Castro de Oliveira Baptista e Margarida de Albuquerque Amaral Cardoso Saraiva, os quais, também por herança, formam transmitidos à sua filha Maria Emília Osório de Castro Saraiva de Albuquerque, que pela mesma via os passou ao seu filho Eduardo Manuel Osório Dias Gonçalves.
Acquisition information
Documentação adquirida por doação de Eduardo Manuel Osório Dias Gonçalves (sobrinho-bisneto de José Osório da Gama e Castro), em 2003. Em conjunto com esta documentação chegou também diverso material fotográfico, nomeadamente cartões "carte-de-visite" de diversos formatos, os quais forma integrados na Colecção de Câmaras e Equipamento Fotográfico (CCEF) do CPF "Núcleo Museológico António Pedro Vicente".
Scope and content
Este fundo é constituído por imagens de paisagens, retratos de família, retratos de grupo e também de retratos de pessoas de classe mais humilde, que poderiam ser trabalhadores e/ou empregados da família.

Essencialmente, são imagens da cidade da Guarda e da região de Gouveia no princípio do séc. XX, bem como de alguns lugares do seu termo, nomeadamente Nespereira, Arcozelo da Serra, Melo, São Paio, Nabainhos e Moimenta. Mostra também alguns dos monumentos mais emblemáticos Elas dão um testemunho do urbanismo, dos lanifícios, usos e costumes na região das beiras.
Arrangement
Ordenação numérica sequencial.
Access restrictions
Parcialmente acessível atento o artigo 79º do Código Civil (direito à imagem e demais legislação em vigor aplicável).
Conditions governing use
Parcialmente reproduzível, sendo alguns documentos encontram-se sujeitos a algumas restrições tendo em conta o tipo dos documentos, o fim a que se destina a reprodução, o direito à imagem e demais legislação em vigor aplicável, bem como outros requisitos decorrentes da aquisição. O serviço informa, caso a caso, as opções disponíveis.
Language of the material
Português
Other finding aid
Catálogo em linha - Digitarq (software de descrição arquivistica).
Publication notes
PORTUGAL. Museu Municipal de Arte Moderna Abel Manta - Gouveia e seu termo, cerca de 1908. Apresentação de Eduardo Mota; fotos de José Osório da Gama e Castro. Gouveia: Museu Municipal de Arte Moderna Abel Manta, 1993. [46] p.
Notes
Nota às datas de produção: As datas de produção foram atribuídas em função das informações obtidas junto da família. A data inicial corresponderá ao seu regresso à sua região (Seia, Gouveia e Guarda) após exercer funções como Delegado do Procurador Régio.
Creation date
25/07/2011 00:00:00
Last modification
09/07/2019 11:22:04
Record not reviewed.