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Centro Português de Fotografia
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CNF
Coleção Nacional de Fotografia
1848-01-01/2006-12-31
CALVB
Colecção Alcídia e Luís Viegas Belchior
1840/1999
0048
Dependências do Banco de Portugal
1930/1950
000010
Porto
1930/1950
Digital representation
Available services
Reproduction request
Early consultation
Porto
Description level
Item
Reference code
PT/CPF/CNF-CALVB/0048/000010
Title type
original
Date range
1930
to
1950
Dimension and support
Positivo, papel, p/b, 17x19,5cm, gelatina e sais de prata
Biography or history
Domingos Alvão (1869-1946), fundador da Fotografia Alvão (1902-1972)
A Casa Alvão foi fundada por Domingos Alvão no ano de 1901, na Rua de Santa Catarina, nº120, na cidade do Porto. Domingos do Espírito Santo Alvão nasceu na freguesia da Lapa, no Porto, em 1869, e faleceu na mesma cidade em 1946. O pai de Domingos Alvão, Francisco Júlio Alvão, de Vila Real, era então barbeiro – será mais tarde funcionário das finanças. A mãe, Corina de Jesus Alvão, era natural da freguesia de Santo Ildefonso na cidade do Porto. O fotógrafo teve como padrinho um capitalista da Rua dos Bragas, o comendador Domingos José Ramos de Faria, do qual herdou o primeiro nome. Ainda muito novo foi trabalhar para a Casa Biel, já então na Rua do Bolhão, no palacete, onde estavam sempre hasteadas as duas bandeiras, a de Portugal e a da Alemanha. Depois de ter passado um breve período de estágio em Madrid, Domingos Alvão entrou, na viragem do século, como operador-gerente, para o também conhecido estabelecimento na Rua de Santa Catarina, nº120, do capitalista Leopoldo Cyrne, o Foto-Velo Clube e habituou os portuenses às suas fotografias de artistas, senhoras e homens da sociedade que captava no Teatro Príncipe Real ou nos salões do burgo, expondo-as nas vitrinas da Tabacaria Africana, ao cimo da Rua de 31 de Janeiro. No início de 1901 este estabelecimento passou a chamar-se Fotografia Alvão. Participou em 1901 na Exposição Internacional de Leipzig e em 1907 recebeu um Diploma de Mérito no Concurso Mundial de Fotografia Artística e Científica em Turim, Itália, que tinha o patrocínio da Princesa Maria Letícia de Sabóia. As imagens que Domingos Alvão enviou ao concurso em Leipzig e Turim faziam parte de uma recolha de cerca de 700 clichés a que ele dedicava parte do seu tempo; tratavam-se de fotografias sobre paisagens e costumes do Minho e Douro Litoral, encenadas de forma a corresponderem aos objetivos artísticos do pictorialismo. Com a série Quadros da Paisagem Artística e Costumes Portugueses, concorreu e expôs em mostras, no Porto, Lisboa, Panamá, etc., iniciando a sua enorme série de prémios nacionais e internacionais. As fotografias de Domingos Alvão eram muitas vezes procuradas para representarem o país nas paredes das embaixadas no estrangeiro. Domingos Alvão ganhou um Diploma de Honra e uma medalha de ouro na Exposição Nacional das Artes Gráficas, na Imprensa Nacional, em Lisboa, 1913. Em 1914 fez a sua primeira grande exposição, com cerca de 100 imagens. O êxito é tal que a repetiu em Lisboa, no Salão da Illustração Portugueza, d’O Século, desta vez com cerca de 200 fotografias. Domingos Alvão continuou a ganhar prémios: em 1915 o Grand Prix na Exposição do Panamá; a medalha de prata da Exposição de Artes Gráficas de Leipzig, na Exposição Nacional de Fotografia de Novembro/Dezembro de 1916, da Sociedade de Belas Artes de Lisboa, promovida pela revista Arte Photographica, em 1917, Lisboa; na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em 1923 na Exposição Internacional de Centenário da Independência do Brasil, no Rio com fotografia colorida; em 1925 a medalha de ouro da Exposição Nacional de Fotografia, realizada nos Armazéns Grandella. Colaborou com as revistas Illustração, Gazeta das Aldeias, Arte Photographica, Portugal, Revista Internacional Vida doméstica, Renascença, Stella, Panorama, Mundo Gráfico, HP, O Volante, Shell News, Portugal d’Aquém e Além Mar, Latina. Foram publicadas imagens suas em coleções de postais e em álbuns das mesmas temáticas. Muitas outras resultaram de encomendas comerciais de empresas e particulares. No que diz respeito aos retratos, a sua casa fotográfica, era uma garantia para se obter uma boa fotografia. No final de 1924, Domingos Alvão, com 55 anos, fez o registo notarial da alteração da firma. De Fotografia Alvão e sua única propriedade, passou a chamar-se Casa Alvão e Companhia, em sociedade com o seu discípulo e companheiro de trabalho desde 1906, Álvaro Cardoso de Azevedo, nascido em 1894, na cidade do Porto. Órfão de mãe aos 4 anos e de pai aos 11, foi então trabalhar com Domingos Alvão. Mantinham uma relação de mestre e discípulo, mas também de amizade. Permaneceu na Casa Alvão até 1920, ano em que partiu para o Brasil, Rio de Janeiro, com a sua esposa e filha. Voltou nove meses depois, a pedido de Domingos Alvão, que lhe assegurou o cargo de gerente. Alvão sempre protelou a decisão até esse momento. Em 1924 é feito sócio e em 1937 torna-se o único proprietário, mantendo a sua propriedade até 1967. A Casa Alvão era contactada por diversas entidades para a realização de vários trabalhos fotográficos, como é o caso do Instituto do Vinho do Porto, que em 1933, solicitou os seus serviços para o levantamento geral do território do Douro, trabalhos relativos à produção, transporte, engarrafamento e exportação do Vinho do Porto. Na época surgiram ainda outras encomendas de grandes empresas como a Empresa Fabril do Norte, Empresa Industrial de Santo Tirso, Azevedo Soares e C.ª, entre outras, ou encomendas de Câmaras Municipais, Centrais Eléctricas, Hospitais, Instituto Nacional do Trabalho e Previdência, etc., assinados pela Casa Alvão & C.ª. Em 1934, a Casa Alvão e Companhia recebeu o levantamento fotográfico da 1.ª Exposição Colonial realizada no Palácio de Cristal, no Porto, na qual tinha um stand na Avenida das Tílias, temporariamente chamada Avenida da Índia. A Casa Alvão e Companhia recebeu o Diploma de Cooperação, atribuído pelo ministro das Colónias, Armindo Monteiro e Henrique Galvão, comissário da exposição. A 5 de Outubro de 1935 o Presidente da República, General Carmona conferiu a Domingos Alvão, o grau de cavaleiro da Ordem Militar de Cristo. Alvão passou a usar a condecoração nas fotografias identitárias. Ainda no ano de 1935, recebeu a medalha de ouro do III Salón de Fotografia Artística de Málaga, promovida pela Associación Libré de Artistas, com a fotografia Imagem de S. Francisco; ganhou idêntica medalha no certame de Málaga do ano seguinte, com Sentinela Adormecida. Concorreu também em 1936 à Exposição Nacional e Concurso de Fotografias, iniciativa d’O Século, e ganhou o 1º prémio com a imagem Paisagem da Lousã, o 2º com Convento dos Jerónimos e recebeu ainda uma menção honrosa pelo conjunto de imagens. Os últimos trabalhos para o Governo do Estado Novo foram as fotografias feitas na grande iniciativa de propaganda do Estado Novo, a Exposição do Mundo Português, em 1940, em Lisboa. Domingos Alvão, divorciado, vivia com as filhas na Areosa, na estrada da Circunvalação. Casou com Virgínia de Jesus Ribeiro, de Amarante, que morreu em 1943. Faleceu a 20 de Novembro de 1946, de cancro pulmonar, o que o obrigou a praticamente não sair de casa nos últimos meses de vida. Foi sepultado no cemitério da Lapa. Todos os jornais da cidade lhe dedicaram palavras de louvor. Álvaro Cardoso de Azevedo a quem o Governo Português, no ano de 1943, concedeu o Grau de Cavaleiro da Ordem Militar de Cristo, faleceu em 1967, com 73 anos de idade após uma doença prolongada. Álvaro manteve sempre a sua obra fotográfica associada ao nome Alvão. Para além de Domingos Alvão e Álvaro de Azevedo, a Casa Alvão contou ainda com outros colaboradores, designadamente, João Alvão, colorista artístico, José Fernandes Mendes de Oliveira, Afonso Ribeiro e Eduardo Lemos. Em anos recentes, e já propriedade de Arnaldo Soares, a Casa Alvão continuou a funcionar no mesmo local.
Inscriptions
Assinatura "Alvão - Porto" visível no canto inferior direito da imagem
Physical location
Depósito G, Armário 04, Gaveta 15
Language of the material
Português
Creation date
27/12/2012 18:24:20
Last modification
12/04/2023 10:19:58
Record not reviewed.
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