Alexandre Tavares da Fonseca

Description level
Fonds Fonds
Reference code
PT/CPF/ATF
Title type
Atribuído
Date range
1900 Date is uncertain to 1990 Date is uncertain
Dimension and support
Cerca de 4.700 documentos, dos quais 4.506 documentos fotográficos em película (4,5x4,5cm, 6x6cm, 6x9cm, 9x12cm); 572 diapositivos (35mm); 630 negativos em vidro (6x6, 6x9cm, 9x12cm; 12x18cm); 223 positivos em papel: provas e ampliações (24x30cm, 30x40cm, 36x55cm, 38x47cm, 40x40cm). 02 Documentos Áudio. 20 pastas com Documentos Textuais. 65 Espécies Bibliográficas: catálogos, periódicos, entre outras edições; 1 escultura/prémio.
Extents
3 Metros lineares
Biography or history
Alexandre Tavares da Fonseca nasceu em Oliveira de Azeméis a 12.09.1908 e faleceu no Porto em 05.07.1991.

O gosto pela fotografia começa muito cedo na vida de Alexandre Tavares da Fonseca, aos 9 anos recebeu a sua primeira máquina fotográfica de pequeno formato, oferecida pelo avô. Deu os primeiros passos na casa fotográfica da sua terra natal, a "Foto Paúl" do mestre Eduardo Paúl (1881-1952), fotógrafo de renome na cidade do Porto, que em 1914 se estabeleceu em Oliveira de Azeméis. Ainda jovem, com 19 anos sai de Oliveira de Azeméis rumo à cidade do Porto, à procura de uma vida melhor. Foi ter com Bento Carqueja, diretor do jornal "O Comércio do Porto", de quem já era conhecido por ter feito algumas reportagens de âmbito local e passa a integrar a equipa de reportagem do jornal, durante 3 anos. A sua técnica e estilo de reportagem fotográfica sobressai no meio jornalístico, tendo recibo do jornal diário "O Século", de Mário Amaral, uma proposta de ingresso naquele jornal com carta branca. Integrou a sucursal do Porto e para além do jornal, colaborava também para o suplemento, a "revista Cinéfilo", o qual foi publicado até 1939 e que se dedicava ao cinema nacional e internacional. Trabalhou ainda, para o jornal de atualidades quinzenais, "O Século Cinematográfico", de Alves Santos, que estava sob patrocínio do O Século. Na sequência do novo emprego, compra uma Harley da polícia e torna-se o primeiro foto-jornalista com moto. Mantém-se no Século durante quase duas décadas, iniciando simultaneamente uma forte carreira de fotografia de publicidade.

Alexandre Tavares da Fonseca traçou um estilo muito próprio de trabalho, não só na captação fotográfica de reportagem, como no registo aéreo do território português, ou ainda na fotografia de publicidade para edição/publicação em salas de cinema ou na realização de filmes publicitários.

Apresentou várias exposições e filmagens em várias cidades do país, em 1932 expôs pela primeira vez o seu trabalho na Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto e, 50 anos mais tarde, repõe essa mesma Exposição, em 1982, no salão do Turismo da Câmara Municipal do Porto.

Em 1933 apresenta uma pequena metragem de um filme de animação no cinema Olímpia do Porto.

E no ano seguinte, em 1934, faz um levantamento fotográfico aéreo da 1.ª Exposição Colonial no Palácio de Cristal, no Porto.

Em 1935 realiza um documentário cinematográfico de caráter publicitário “A caçada à lebre no Alentejo”, para a marca de tabaco Conquistador, exibido nos cinemas.

Em 1939 funda a empresa publicitária “Belarte”, que ficava num terceiro andar em frente ao jornal o Século. No segundo ano da empresa dá sociedade ao angariador António Pereira Coelho mas, por incompatibilidades com o sócio, vende-lhe a Belarte "de graça", como o próprio afirma numa entrevista ao JN, em 1985. Logo de seguida funda a "Tudarte", que depois passa a "Inovação" pois Tudarte era parecido com Belarte. A empresa situava-se na Rua Sá da Bandeira, 538 e chegou a ter uma sucursal em Lisboa, na Avenida de António Augusto de Aguiar.

São da sua autoria um conjunto de engenhos, alguns com patente, de que se destaca, a câmara que construiu para os levantamentos aéreos, o sistema fotográfico 9mm intitulado “Actualidades”; ou ainda um sistema automático com projeção reflex para publicidade, através do qual eram projetados diapositivos coloridos à mão e com movimento. Este engenho esteve instalado na Praça da Batalha do Porto, no terraço junto à igreja de Santo Ildefonso, sobranceiro à Rua 31 de Janeiro e parte da Praça da Liberdade. Funcionava como um programa informativo que era renovado todas as semanas, através de um grande ecrã luminoso (10x5m), onde os vários diapositivos sobrepostos eram movimentados por um pequeno motor elétrico, que eram montados e desmontados todas as noites. Em 1941, participou como operador dos efeitos especiais do filme “Ala-arriba” de Leitão Barros.

Posteriormente, após uma digressão pela França e pela Bégica, em 1951, funda a ONDA (Organização Nacional de Divulgação Artística), trabalhando a fotografia de publicidade e os diapositivos coloridos à mão para projeção nas salas de cinema. O estúdio funcionava na Rua de Santa Catarina, por cima da camisaria "High-Life".

A par das invenções, traz para Portugal a novidade da fotografia em relevo, tendo adquirido uma máquina fotográfica, de grandes dimensões, para esse efeito, de que tinha o exclusivo da fotografia em relevo em Portugal, por acordo com Maurice Bonnet.

Após deixar de trabalhar como reporter de fotografia n' O Século e no Jornal de Notícias, e uma breve passagem pela indústria têxtil, em 1955, volta à fotografia abrindo os Estúdios Tavares da Fonseca, Lda. Em 1981, constrói uma câmara fotográfica sem lente, a Pin-Hole, e apresenta-a nos 3ºs Encontros de Fotografia de Coimbra, onde projetou um conjunto de 80 diapositivos a cor.

Por volta de 1985 vende a empresa à família Ribeiro, proprietários da Poligráfica Ribeiro, com quem já trabalhava.

Foi presidente da Associação Fotográfica do Porto (AFP), desde 1973, tendo participado em vários concursos de fotografia nos anos de 1973, 1974 e 1977, obtendo vários diplomas para a AFP.

Para além das exposições individuais de 1932 e 1982, fez uma outra na Cooperativa Árvore, comemorativa do Dia Mundial da Árvore e em 1985 expõe na Casa do Douro 100 fotografias executadas em 1935 sobre a narrativa das vindimas.

Possui inúmeras fotografias editadas em ários jornais, publicações periódicas, e monografias portuguesas.
Geographic name
Porto
Functions, ocupations and activities
Alexandre Tavares da Fonseca foi repórter fotográfico nos jornais "O Comércio do Porto", "O Século", "O Século Cinematográfico", a revista "O cinéfilo" e ainda no "Jornal de Notícias". Fez fotografia e filmes para publicidade, com projeção nas salas de cinema e em locais públicos. Fundou várias empresas de fotografia, essencialmente dedicadas à fotografia publicitária. Inventou e produziu alguns equipamentos de apoio para captura de fotografia e para projeção de imagem em movimento. Realizou exposições fotográficas individuais e coletivas. Nos últimos anos, focou-se sobretudo no ensino de fotografia.
Internal structure/genealogy
Alexandre Tavares da Fonseca casou com Hermínia Resende de Sousa Tavares da Fonseca, de quem teve dois filhos, Maria Alexandra de Sousa Tavares da Fonseca Soares de Sousa e Mário Alexandre de Sousa Tavares da Fonseca.
Custodial history
A documentação transitou pelas diversas moradas onde esteve instalado, desde a rua
Acquisition information
Documentação adquirida por doação através da proprietária e herdeira Maria Alexandra de Sousa Tavares da Fonseca Soares de Sousa, em 27.06.2019.
Scope and content
O conjunto de documentos fotográficos revela uma diversidade de temáticas: vistas aéreas do território português, a cidade do Porto, paisagens urbanas e rurais, os monumentos e as igrejas. De destacar, a fotografia de publicidade, ou ainda, os acontecimentos políticos e eventos sociais, equipamentos fabris, retratos “em relevo”.

De salientar, a exposição do Alexandre Tavares da Fonseca, realizada em 1932 e em 1982 e que se encontra emoldurada e acondicionada ainda na forma original pelo autor e a exposição comemorativa do Dia Mundial da Árvore, ainda no suporte e acondicionamento original do autor.

Outro grupo de grande importância documental (e que se julgava perdido) é o arquivo textual da Associação Fotográfica do Porto (AFP). Assim como, algumas provas de exposição, de grande formato, algumas ainda emolduradas e acondicionadas nas respetivas caixas de madeira dos vários fotógrafos da AFP, (Alexandre Tavares da Fonseca, Jorge Henriques, Viana Jorge, entre outros).

Por último, destaca-se um lote de negativos de vidro, de José Albino Pereira Carvalho (1841-1920), fotógrafo amador, com retratos de “Costumes Portugueses” que foram oferta do neto do autor a Alexandre Tavares da Fonseca, de que há uma carta a demonstrar tal intenção.
Documental tradition
Original
Arrangement
Aguardar tratamento.
Access restrictions
Documentação acessível. Aguarda tratamento.
Conditions governing use
A reprodução de documentos encontra-se sujeita a algumas restrições tendo em conta o tipo dos documentos, o seu estado de conservação, o fim a que se destina a reprodução, às normas que regulam os direitos de propriedade e à legislação sobre os direitos de autor. A utilização da reprodução para efeitos de publicação e exposição está sujeita a autorização do Diretor de Serviços do CPF. O serviço informa, caso a caso, das opções disponíveis.
Language of the material
Português
Other finding aid
Recenseamento em folha de cálculo disponível no Centro Português de Fotografia.
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O Centro Português de fotografia possui o Fundo Estúdios Tavares da Fonseca, Lda. disponível através do link:https://digitarq.cpf.arquivos.pt/details?id=328

O Arquivo Nacional das Imagens em Movimento da Cinemateca Portuguesa http://www.cinemateca.pt/Colecoes/Filme-e-Video.aspx possui filmes de pequeno formato de Alexandre Tavares da Fonseca.
Notes
Cota de Localização atual: Depósito SJ, Estante 14, Prateleira 07 a Prateleira 09
Creation date
29/11/2019 16:59:35
Last modification
23/07/2024 15:40:58
Record not reviewed.