Sérgio Valente

Description level
Collection Collection
Reference code
PT/CPF/SV
Title type
Atribuído
Date range
1969-01-01 Date is certain to 1982-01-01 Date is certain
Dimension and support
56 documentos fotográficos composto por:  52 doc. fotográficos em ficheiro digital, 33 x 26 cm, 300 dpi’s, entre 12 Mb e 90 Mb, TIFF, imagem fixa digital - matriz e 4 doc. fotográficos em ficheiro digital (panorâmicas), entre 64 x 35 cm e 112 x 35 cm, 300 dpi’s, entre 30 Mb e 157 Mb, TIFF, imagem fixa digital - matriz
Biography or history
Sérgio Valente, nasce em 1943, na Foz do Douro, freguesia da cidade do Porto, num contexto familiar desfavorecido. As dificuldades materiais da família e as tendências anarcossindicalistas do pai, viriam a determinar desde muito cedo, a perceção, da classe social em que se inseria.

Aos 14 anos de idade, passará a residir com o tio que o irá iniciar no mundo da fotografia e a acompanhar nos convívios de determinados cafés da cidade do Porto, onde se cruzavam os opositores do regime político. Este ambiente acabou por influenciar Sérgio Valente a envolver-se em movimentos sociais e coletivos que se iam desenvolvendo em diversas formas de luta política.

Sérgio Valente, por volta dos 16-17 anos, já tinha uma consciência política formada pela perceção das diferenças sociais, do ambiente moral e religioso de grande conservadorismo, o que terá determinado uma participação política ativa até ao 25 de abril de 1974, marcada por três momentos relevantes: a campanha eleitoral do General Humberto Delgado; a sua tentativa (que acabou bem sucedida), em não ser mobilizado para a guerra colonial; e as três prisões a que foi sujeito pela PIDE, em 1969, 1971 e 1973.

A passagem da campanha eleitoral do General Humberto Delgado, pela cidade do Porto, em 1958, foi a primeira vivência política de Sérgio Valente, com 16 anos. Depois, em 1963, no cumprimento do serviço militar, Sérgio Valente teve aulas de fotografia e cinema, designada por especialidade de Foto-Cine, no âmbito dos Serviços Cartográficos do Exército. O serviço militar obrigatório e a ida para a Guerra Colonial, a qual o Sérgio Valente, discordava profundamente, levou a que tomasse a firme decisão de não se deixar mobilizar para a frente de uma guerra. Para isso, seguiu as estratégias de insubordinação perante os seus superiores e a simulação de problemas de saúde. Foram essas sucessivas simulações de problemas de saúde que viriam a garantir a não mobilização para a guerra colonial.

Em 1964 regressa à vida civil, retomando as atividades de oposição ao regime e o recrutamento para o Partido Comunista Português (PCP). Tendo sido, na sequência destas militâncias políticas que Sérgio Valente foi preso pelas autoridades do regime.

Ao longo dos últimos anos, Sérgio Valente, tem vindo a expor o seu trabalho em exposições individuais e coletivas.
Geographic name
Porto
Functions, ocupations and activities
Fotógrafo
Internal structure/genealogy
Sérgio Valente casou em Laura Moreira Valente, em 1963, e teve dois filhos.
Custodial history
Os documentos fotográficos foram digitalizados pela área da digitalização e reprodução do CPF a partir dos negativos do autor, para publicação de catálogo e uma exposição, organizada pelo CPF, que esteve patente na Cooperativa Árvore, no mês de novembro e dezembro de 2015, com a designação: Sérgio Valente - Um fotógrafo na revolução. Na sequência do serviço de digitalização prestado pelo CPF, o autor propôs a doação digital a este organismo.
Acquisition information
Documentação adquirida por doação digital a Sérgio Valente, em 11 de janeiro de 2016.
Scope and content
Os documentos fotográficos que constitui esta pequena coleção fazem parte de uma seleção do seu acervo de registos fotográficos que Sérgio Valente foi captando ao longo de várias décadas de trabalho e participação ativa em lutas políticas, desde 1969 a 1982.

As primeiras imagens datam de 1969 e dizem respeito à celebração do Dia Internacional da Mulher com intervenção musical de José Afonso; ao convívio do Movimento Jovens Trabalhadores com Mário Viegas. Anos mais tarde, em 1973, fotografou o III Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro. De que se seguiram vários comícios na cidade do Porto; de Solidariedade com o povo do Chile; com Álvaro Cunhal; com Vasco Gonçalves; com artistas, cantores e poetas; as várias manifestações sindicais e seus dirigentes, ou a chegada de Ruy Luís Gomes à cidade do Porto.

Captou as classes sociais mais desfavorecidas no seu dia à dia, as crianças, as mulheres, os mineiros de Valongo. E também Virgínia Moura, Óscar Lopes entre outras figuras intelectuais.

As imagens que se destacam são as comemorações do 25 de abril e do 1º de maio com grande adesão popular, nos anos de 1974, 1975, 1977, 1978 nas ruas da cidade do Porto.

Em 1982, Sérgio Valente fotografou os funerais de dois jovens mortos, na noite de 30 de abril, pela polícia de intervenção de Lisboa, Mário Emílio Gonçalves e Pedro Vieira.
Arrangement
Ordenação numérica sequencial.
Access restrictions
Documentação acessível.
Conditions governing use
A reprodução de documentos encontra-se sujeita a restrições tendo em conta o fim a que se destina a reprodução, às normas que regulam os direitos de propriedade e à legislação sobre os direitos de autor de acordo com os procedimentos em vigor na DGLAB/CPF. Qualquer solicitação de reprodução para terceiros, deverá ser objeto de autorização do autor ou dos seus herdeiros.
Language of the material
Português
Other finding aid
Digitarq (base de dados de descrição arquivístiva).
Publication notes
Valente, Sérgio (org.), Hélder Marques (org.) e António Mota (org.), [pref. Germano Silva, Manuel Loff]. 2010. Sérgio Valente: um fotógrafo na oposição. Porto: Edições Afrontamento.
Loff, Manuel (pref.) e Rui Pereira (texto introd.). 2015. Sérgio Valente: um fotógrafo na revolução. Porto: Edições Afrontamento.
Creation date
29/05/2020 16:46:47
Last modification
13/08/2024 11:04:40
Record not reviewed.