António Rosa Casaco

Description level
Fonds Fonds
Reference code
PT/CPF/ARC
Title type
Atribuído
Date range
1954 Date is certain to 1954 Date is certain
Dimension and support
Dimensão: 1 documento fotográfico; Suporte: papel
Biography or history
António Rosa Casaco nasceu a 1 de Março de 1915, em Abrantes, Rossio ao Sul do Tejo. Era filho natural de Joana Rosa. O apelido Casaco foi escolhido pela mãe, que o terá ido buscar a familiares longínquos.

Segundo ele «Tive uma infância miserável, deprimente, de extrema pobreza. Foi uma fase muito dolorosa.»

Aos 10 anos já trabalhava como aprendiz de marceneiro e os 15 foi viver para casa de uma tia para Lisboa. Aí trabalhou ao balcão numa das duas leitarias do tio.

Aos 18 anos, regressou à sua terra natal e alistou-se, como voluntário, no Grupo Misto de Artilharia Montada nº 24, em Abrantes.

Terminado o serviço militar, com 21 anos, voltou para casa dos tios em Lisboa. Por indicação do seu ex-comandante, o coronel Júlio Lourenço, concorreu à polícia política da ditadura, a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), de que o seu irmão do irmão Agostinho Lourenço, era diretor. Foi admitido na PVDE em 12 de Janeiro de 1937, como agente praticante e aí fez carreira, tendo sido, a partir de 1939, nomeado pelo capitão Catela para exercer funções como correio diplomático entre Lisboa e o Governo do General Franco. Passou a ir a Espanha, de comboio, pelo menos uma vez por semana. A leitura era uma das formas como passava as horas das viagem, adquirindo deste modo a cultura que não tinha adquirido com os estudos.

A 25 de dezembro desse ano casa com Ivone Viana do Espírito Santo e Silva, natural do Porto.

Em Junho de 1942 nasce o seu primeiro filho e com este acontecimento nasce também o seu interesse pela fotografia. Rosa Casaco quis tirar-lhe alguns retratos e ficou encantado pela imagem fotográfica. Aconselhado pelo amigo e fotógrafo profissional Amadeu Ferrari usou uma máquina Rolleiflex. Começou por participar, em 1945, no 8.º Salão Internacional de Arte Fotográfica do Grémio. Um ano depois da estreia, Rosa Casaco inscreve-se no Grémio Português de Fotografia (GPF) do Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo (SNI) e torna-se um dos mais persistentes fotografos salonistas.

Em 1951 Rosa Casaco surge como sócio-fundador n.º 5 do Foto Clube 6x6, associação idealizada por Amadeu Ferrari e Fernando Vicente, que reunia os indefetíveis da marca que também utilizavam um formato de película (6x6) em quadratura perfeita. Até final dos anos 60, Casaco continua a participar em vários salões. Pelo meio faz também algumas exposições individuais Até final dos anos 60, Casaco continua a participar em vários salões. Pelo meio faz também algumas exposições individuais. (2006, Gomes)

A nível internacional destaca-se a medalha de ouro obtida no "Foto Klub Beograd", na Jugoslávia e a medalha de prata obtida no I Salão Luso-Hispano-Brasileiro, com a fotografia sob o título "Canal de lodo". Em 1953, aparece citado ao lado de nomes como o portuense João Costa Leite e o profissional Varela Pé-Curto no anuário americano "The American Annual of Photography"

Dada a confiança com António Salazar, presidente do Conselho, publica fotografias nos livros da jornalista francesa Christine Garnier “Vacances avec Salazar” (1952) e publica o álbum “Salazar na Intimidade”, editado por Frederic P. Marjay, em 1954.

Após a queda do regime, um dos mais temidos polícias da PIDE, refugia-se como exilado em Espanha, onde viveu 16 anos e mais tarde no Brasil. Na década de 80, foi julgado à revelia por ter cumprido as leis de estado anteriores a 1974 e condenado a oito anos de cadeia por crimes de falsificação, destruição de documentos e por ter pertencido àpolícia política.

Morreu a 11 de Julho de 2006, em Cascais, onde vivia desde 2002.



Gomes, Sérgio; 2006; Polícia político fotógrafo. http://blogs.publico.pt/artephotographica/Files/2006.08.13_Publica.pdf

Castanheira, José Pedro; 1998;Voltaria a ser PIDE

https://expresso.pt/sociedade/voltaria-a-ser-da-pide=f910227

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/PlanoFocal/N02/N02_master/PlanoFocal_A1_N02_Mar1953.pdf
Functions, ocupations and activities
Polícia da PIDE
Internal structure/genealogy
António Rosa Casaco (1915 - 2006) de acordo com a sua certidão de nascimento era filho de pai incógnito. Contudo, sabe-se, no entanto, que o pai está bem identificado e conheceu perfeitamente: João Augusto Martins junior, irmão de António Augusto da Silva Martins, ex-campeão de tiro e participante nos Jogos Olímpicos de Verão de 1924, em Paris. O mesmo pai de dois conhecidos clínicos — António Gentil da Silva Martins e Francisco Gentil da Silva Martins, o primeiro o cirurgião plástico e cirurgião pediatra que chegou a ser 8.º Bastonário da Ordem dos Médicos de 1977 a 1986, este último oncologista.

Em 1939, após já estar como polícia na PVDE, a 25 de dezembro casa com Ivone Viana do Espírito Santo e Silva, natural do Porto.

O primeiro filho nasceu em Junho de 1942.

Luiz Carvalho (20 de Julho de 2006). «Rosa Casaco, ao Expresso «Voltaria a ser da PIDE»».

https://expresso.pt/actualidade/voltaria-a-ser-da-pide=f107153
Custodial history
Desconhece-se como a documentação foi adquirida pelo Leiloeiro Nuno Gonçalves.
Acquisition information
Documentação adquirida por compra no leilão de Nuno Gonçalves, Leiloeiro, em 2008.
Scope and content
A fotografia retrata António Oliveira Salazar e Maria da Conceição Melo Rita (Micas), a sua pupila, como ficou conhecida, pois viveu em casa de Salazar entre os seis e os 28 anos (1935-1957) por ter sido perfilhada por este e por Maria de Jesus, governanta de Salazar.
Arrangement
Como foi um prova adquirida em leilão e não se coadona com as coleções constituídas para integrar imagens que não apresentam um contexto específico, como a Coleção de Casas Fotográfias, a Coleção de Bilhetes Postais ou a Coleção de Autores Anónimos, decidiu-se criar uma coleção em nome deste autor, atribuindo-se apenas um número.
Access restrictions
Acessível em cópia digital (aguarda tratamento de conservação e reprodução).
Conditions governing use
Reproduzível, contudo a reprodução de documentos encontra-se sujeita a algumas restrições tendo em conta o tipo dos documentos, o seu estado de conservação, o fim a que se destina a reprodução, à legislação sobre os direitos de autor e direitos de imagem. A utilização da reprodução para efeitos de publicação está sujeita a autorização da Direcção da DGLAB. O serviço informa, caso a caso, das opções disponíveis.
Other finding aid
Catálogo (digital) DigitArq.
Notes
Cota de Localização: Depósito SJ Estante 10 Prateleira 10
Creation date
14/09/2022 17:13:46
Last modification
24/03/2023 16:36:48
Record not reviewed.