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Porto, FAUP, 1998

Description level
Item Item
Reference code
PT/CPF/CNF/000169B
Title type
Formal
Date range
1998 Date is certain to 1998 Date is certain
Dimension and support
Positivo, papel, p/b, 50,2x60,5cm, gelatina e sais de prata
Biography or history
Gabriele Basilico (Milão, 1944-2013)



Formado em Arquitetura pela Universidade Politécnica de Milão em 1973, Gabriele Basilico tornou-se num dos grandes mestres da fotografia de arquitetura e paisagem urbanas.

O seu interesse pela fotografia em espaço urbano manifesta-se desde logo em 1969, altura em que era ainda um estudante indeciso entre dois caminhos: a arquitetura e a fotografia. É nesse ano que faz uma viagem à Escócia na companhia de amigos e em que, ainda na qualidade de fotógrafo amador, produz cerca de trinta fotografias reveladoras, não só das referências e inspiração adquiridas a partir do trabalho de Bill Brandt, mas também da tendência que há muito o perseguia. Outras duas viagens se sucederam e ajudaram a consolidar a já anunciada decisão de fotografar: o Irão em 1970 e Marrocos em 1971.

No ano em que conclui o curso recorre desde logo à fotografia para documentar a situação política e social da cidade que o viu nascer. E assim surge a sua primeira exposição: “Milão, Retratos de fábricas”, apresentada em 1983 no Pavilhão de Arte Contemporânea da cidade.

A partir de 1977 já se havia dedicado a pesquisa pessoal e projetos de encomenda institucionais. Entre 1984 e 1985 participou, a convite do governo francês, na missão fotográfica denominada D.A.T.A.R. (Délégation Interministérielle à l’Aménagement du Territoire et à la Attractivité Regionale) que consistia em fotografar os portos, as cidades e a linha costeira francesa na região de Nord-Pas-de-Calais. O trabalho daí resultante foi publicado quatro vezes. A primeira em 1990, seguindo-se 1992, 2003, e a última em 2013.

Em 1990 ganhou o Grande Prémio Internacional do Mois de la Photo, um galardão atribuído pela Maison Européenne de la Photographie com sede em Paris.

Um ano depois participa em outro projeto de encomenda institucional de relevo. Desta feita, a missão que realizou na cidade de Beirute, devastada pela guerra, ao lado de outros grandes nomes da fotografia mundial: Robert Frank, Josef Koudelka, Raymond Depardon, René Burri e Fouad Elkoury. O trabalho daí resultante foi exposto no Palais de Tokyo em Paris em 1993.

Com uma carreira já há muito consolidada e reconhecida, é em 1995 que dá início a uma relação inseparável com Portugal. Começa por participar nos Encontros de Fotografia de Coimbra e pouco depois no projeto “Alfândega Nova: o Sítio e o Signo”, na cidade do Porto, onde trabalhou com Debbie Fleming Caffery, Humberto Rivas, Paul den Hollander, Jorge Molder e José Manuel Rodrigues. Em 1996 segue-se o projeto “Matosinhos: Uma Cidade Assim”, que contou também com a participação dos fotógrafos Larry Fink, Bruno Sequeira e Augusto Alves da Silva e desenhos da autoria do arquitecto Álvaro Siza Vieira. Depois de algum tempo regressa a Portugal em 2001 onde apresenta a Exposição “Cityscapes” com organização a cargo do Centro Português de Fotografia e apresentação no Arquivo Distrital do Porto.

Em 1996 é-lhe atribuído o Prémio Osella d’Oro pela Bienal de Veneza.

Em 2006 a Maison Européenne de la Photographie dedica-lhe uma importante exposição retrospetiva intitulada “Gabriele Basilico – Photographies 1978-2005” e em 2007 a Fundação Astroc atribui-lhe o Prémio Internacional de Fotografia de Arquitetura.

Em 2011 regressa pela última vez a Portugal onde fotografa o Museu do Côa e o Estádio de Braga na companhia dos Arquitetos Eduardo Souto de Moura e Camilo Rebelo. Não parte sem antes proferir uma conferência na Casa da Música por ocasião dos 30 anos de carreira de Eduardo Souto de Moura.

Ao olhar para o legado visual que Gabriele Basilico nos deixou identificamo-nos com as palavras do comissário Ramón Esparza que a propósito de uma exposição no Centro Galego de Arte Contemporánea de Santiago de Compostela em 2004 dizia que a sensação proporcionada ao olhar para as suas imagens “é como fazer uma viagem de carro em que momentos lentos são alternados com momentos de passagem rápidos.” Poder-se-ia complementar esta observação com a análise do escritor de arte Francesco Bonami que na publicação Gabriele Basilico, com edição a cargo da Phaidon Press, refere que ”Gabriele Basilico não gosta de viajar mas ainda assim as suas fotografias descrevem um infindável panorama de lugares…”; “…ao passo que muitos colegas da sua geração faziam do indivíduo o sujeito principal das suas obras, Basílico concentrava-se na ausência de pessoas como um fenómeno evidente do sucesso ou fracasso das cidades, casas e arquitectos no seu esforço de servir a humanidade…”; “Percebeu que a maneira de escapar ao estilo simplista italiano da narrativa histórica era seguir um caminho semelhante ao de Atget ou Evans: desnudar o contexto urbano de forma a revelar a estrutura pura de uma cidade…”; “As suas fotografias respiram silêncio. As suas imagens raramente retratam pessoas. Contudo, ainda assim, a presença humana está implícita”; “A ausência de pessoas representa a ausência de tempo, o mesmo sintoma que define a arquitectura… contrariamente ao estilo de Cartier-Bresson as suas fotografias não capturam o momento decisivo. Ao invés, descrevem o que sentiríamos se a terra parasse.”

A sua morte em 2013 não passou despercebida no panorama cultural português. O jornal Público dedica-lhe uma extensa notícia com vários testemunhos de pessoas com quem privou de perto durante os períodos de tempo que passou em Portugal, uma das quais Tereza Siza (Diretora do Centro Português de Fotografia entre 1997 e 2007), que o acompanhou em muitas das suas incursões pelo nosso país e de quem era amigo pessoal: “Ele era o grande fotógrafo de Arquitectura. Tinha o que une estas duas artes: o domínio do espaço e da luz”. E acrescenta: “Basilico disse-me uma vez: A luz é sempre amiga”.

O trabalho do autor encontra-se amplamente representado em importantes coleções públicas e privadas.
Geographic name
Itália, Milão
Functions, ocupations and activities
Arquiteto e Fotógrafo.
Acquisition information
Adquirida por compra ao autor em Março de 2000.
Scope and content
Adquirida no âmbito da exposição “A partir do Porto - Rondom Porto”, realizada no Kunsthal, em Roterdão, entre março e maio de 2000.

Retrata a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto.
Inscriptions
Título e data, nº de arquivo do fotógrafo (P 99.B1.9/11), stampa ai sali di argento del 2000.
Access restrictions
Não acessível (Artigo 165º, alínea 1, do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos).
Conditions governing use
Não reproduzível (salvo exceções do ponto 2 do Artigo 75º do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos). O serviço informa, caso a caso, as opções disponíveis.
Physical location
Depósito Geral, Armário 02, Gaveta 15
Previous location
Nº inv. CPF: 0020681
Language of the material
Português
Alternative form available
Prova de autor; Dimensão e suporte: positivo, papel, p/b, 50,2x60,5cm, gelatina e sais de prata; Armário 2 Gaveta 17.
Notes
Suporte: colada em alumínio
Creation date
15/05/2008 00:00:00
Last modification
26/09/2018 13:54:35